Totalitarismo? Bingo! O cerco aos bingos é a ponta do iceberg de algo bem maior: o ataque às liberdades individuais
por Bruno T. Raymundo em 17/06/2004
Se nos governos anteriores já existia má-vontade e má-fé em relação à regulamentação da atividade dos bingos no Brasil, no atual a questão tomou proporções que beiram o absurdo. Não chegarei a discutir a hipocrisia monumental do governo Lula que, anteriormente ao escândalo Waldomiro Diniz (que por sinal nunca teve relação alguma com bingos), prometia ao setor leis definitivas que regulamentassem a atividade de uma vez por todas. Fazer isso tomaria mais do meu tempo do que estou disposto; discutir irracionalidades já é difícil, e quando elas vêm em dose cavalar, se torna impossível.
A sintonia do Partido dos Trabalhadores e do presidente Lula com governos e atividades totalitárias é conhecida por todos e combatida por ninguém. Não chega a espantar que um presidente formado basicamente por ideologias responsáveis pelos maiores sofrimentos impostos à humanidade, que lava as mãos em relação às políticas repressivas brutais dos seus colegas Fidel Castro e Hu Jintao, e que infelizmente para nós não é capaz de articular sozinho um pensamento realmente coerente, seja capaz de ajudar a criar políticas claramente autoritárias e irracionais.
Em Fevereiro deste ano, o presidente editou uma medida provisória que proibia a exploração de bingos e máquinas caça-níqueis no país. A medida pegou, obviamente, de surpresa os empresários do setor, que ansiavam pela regulamentação. Os dias passaram e o presidente justificava com afirmações claramente demagógicas e refutáveis por qualquer pessoa que saiba pensar um pouco. Uma delas era de que "a população pobre do país perde seu dinheiro jogando nos bingos" e outra de que "os bingos são locais onde ocorrem lavagem de dinheiro e sonegação fiscal". Ora, alguém é obrigado a entrar e jogar em um bingo ou a colocar uma moeda em um caça-níquel? Desde quando é dever do Estado decidir o que uma pessoa deve ou não fazer, o que é bom ou não para ela? Esse é o mais alto grau de imoralidade da questão. Sobre a segunda afirmação, foi de alguma forma provado legalmente que TODAS as casas de bingo lavam dinheiro e sonegam impostos? Se 99 de 100 casas o fazem, de maneira alguma a casa restante pode ser incluída no mesmo grupo e proibida. Por que não proibir então todas as padarias, com o pretexto de que sonegam impostos? Ora! Algumas sonegam! Esta é a lógica governamental. E como mais uma prova da imbecilidade presidencial, uma óbvia MINORIA dos bingos realizam atividades ilegais.
Configura-se então um quadro assustador. Juntemos à questão dos bingos a questão do cigarro, em breve o cerco às cadeias de fast-food, às drogas, a proibição de alguns jogos de computador, ao álcool, enfim, a todas as atividades que dependem única e exclusivamente da escolha pessoal, e teremos o resultado: uma ameaça real, definida e ampla, contra as liberdades individuais.
Para combater essas idéias nocivas precisamos ter sempre em mente que o homem é um fim em si mesmo, e não um meio para fins de outros, e que o único absoluto possível é sua própria racionalidade.
Governo, fique longe de minhas escolhas!
Author: Alex Ramos
Author Bio: Alex Ramos é especialista em jogos online, video games, e trabalha na área de casinos online desde 1997. Trabalha como especialista cobrindo de forma subtil os casinos online em Portugal e escreve reviews completos dos sites e análises dos novos jogos que são lançados em cada mês.